janeiro 25, 2007

Recordações para a vida

Já que recordar é viver não posso reclamar da mulher que tenho. A Karen faz questão de registrar cada momento das nossas vidas através da lente da câmera fotográfica. Pode ser aniversário, páscoa, natal ou um simples encontro de amigos, lá está ela, clicando, flagrando as emoções e eternizando os momentos.

Mas se por um lado acho a coisa toda muito legal, por outro tenho medo de que isso passe um pouco dos limites. Cá entre nós tenho um pouco de receio de qualquer dia desses esquecer a porta do banheiro aberta e acabar sendo flagrado pelas fotos dela. Não que por este motivo eu viva de porta trancada - como realmente fico - mas a cena realmente não é das melhores.

Na opinião dela um dia eu vou agradecer tudo isso, já que poderei olhar para aqueles retratos e lembrar de momentos felizes. Eu ficarei muito feliz se não ficar constrangido ou com raiva por ter bancado o bobo ao tirar aquela foto só de cueca ou bancando a chacrete.

Costumo dizer que minha esposa tem um Q de japonesa no seu sangue. Exatmente por este gosto todo de tirar fotografias. Lembro dela toda vez que vejo um grupo de turistas nipônicos: todos empunhando suas máquinas fotográficas de última geração, tirando o maior número de retratos possíveis e dando aquelas risadinhas entre uma frase e outra que sempre termina com um sonoro NNNNÉÉÉÉÉ!!!

Isso me faz pensar... por que será que todos os japoneses gostam tanto de fotos? Será algo na cultura milenar oriental ou o fato de tirarem tantas fotografias tem a ver com o efeito colateral que o molho Shoyu causa nas pessoas? Mesmo sendo um (50%) descendente genuino, não consigo sacar a lógica disso tudo.

Creio que esta obsessão seja algum tipo de doença não reconhecida. Qualquer coisa como "Fotografite Crônica", que deve ser causada por qualquer tipo de bácilo, bactéria ou ainda outro tipo de ser vivo que a gente só enxerga através de microscópio.


A coisa é mais ou menos como uma droga. Começa quando ela ganha a primeira máquina fotográfica e passa a tirar fotos do filho de vocês. Logo ela começa a registrar aniversários e datas especiais. De repente ela compra máquinas cada vez mais incrementadas, tira foto de estranhos em parques e museus e quando você menos espera encontra um anúncio dela no mural de recados do comdomínio oferecendo serviço de fotógrafo para casamentos e batizados.

Fica minha dica final para quem vê na sua esposa uma potencial fotógrafa. Nem pense em comprar aquela máquininha que ela achou baratinha e bacana. Logo, muito logo, você acordará com flashes pipocando na sua cara de manhã para comprovar que você baba enquanto dorme.

janeiro 23, 2007

Peito estufado, barriga encolhida!

Ao se casar, tanto o homem quanto a mulher faz o voto de que estará com o respectivo cônjuge em todos os momentos da vida. Sejam eles bons ou ruins. Tudo muito normal e absolutamente dentro do previsto, afinal todos nós sabemos quais regras cercam o casamento.

Entretanto, bem que os responsáveis pelos tais votos poderiam dar a chance do casal escolher para quais momentos eles valeriam. Tipo uma pesquisa de IBGE: "assinale abaixo os momentos em que você abre mão da presença do outro". Para alguns faltariam espaços para tantas opções marcadas.

Sem sombra de dúvida eu excluiria a parte dos regimes e ginástica. É desgastante abrir mão da pizza do final de semana ou daqueles hambúrgueres fora de hora em nome da manutenção ou redução de peso alheio.

Eis o motivo de homens e mulheres engordarem após o casamento: eles perdem o direito de fazer regime por livre e espontânea vontade. Toda vez que um opta por fechar a boca, primeiro precisa convencer o outro a passar a semana à base de agrião, rúcula e alface americana. Eu mesmo não suportaria comer salada e observar a Karen se deliciar com um imenso pedação de pizza ao meu lado.

Mas como meu objetivo é recomendar a manutenção do sagrado matrimônio, aconselho a todos os homens a acompanhar suas respectivas esposas na árduo objetivo de perder peso ou se exercitar. Até porque os rebeldes podem sofrer consequências drásticas, como serem condenados a viver com "aquela" coisa que tomou o corpo e a mente da sua linda e antiga namorada.

Neste exato momento eu estou passando por isso. Regime e ginástica. Sabe como é promessa de ano novo: ou você cumpre ou terá que pagar o mico de bancar o mentiroso para São Pedro.

Já tentei algumas desculpas e métodos para ver se escapo deste castigo, mas parece que desta vez não tem jeito. A Dona Encrenca está realmente decidida. Já estamos para completar o primeiro mês e ela continua comprando verduras, frutas e tudo mais que se encaixa no conceito saudável.

Caso você esteja na mesma situação que a minha, vale o conselho: é melhor se agitar e participar realmente da coisa toda. Ou você pensa que depois de recuperar o corpinho sarado, ela vai continuar aturando seu barrigão de chopp?

janeiro 20, 2007

Não mexa no maldito rádio!

Na minha opinião existe um ponto muito positivo no casamento. Ao se unir, o homem ganha a chance de compartilhar sua vida com uma pessoa que se tornará muito mais do que uma esposa. Ela se torna companheira, amante, amiga, confidente... puxa, como seria bom se tudo fossem flores!

A verdade é que com os adjetivos positivos, vêm os negativos, e sem dúvida nenhuma, o que me bota mais medo é o de co-pilota. Sim, isso mesmo, uma co-pilota! Caso você não saiba, esta é uma das facetas que as esposas mais gostam de assumir durante um casamento. Quanto a Karen, posso dizer que a função deixa ela particularmente excitada.

Você já percebeu como as mulheres amam dar pitacos sobre caminhos, manobras, aceleração, atalhos, ultrapassagens e tudo mais que envolve o ato de dirigir? E quando digo que a minha acha esta coisa toda legal, não estou brincando: além de tudo isso, a Karen ainda tem uma predileção mórbida por ficar mexendo em funções como o desembaçador e o limpador de vidros. Ela costuma dizer que eu preciso tirar as gotas de chuva que começam a cair porque ela não consegue enxergar direito. Mas sou eu que estou dirigindo, oras bolas!?!

O leitor quer saber se tudo isso me irrita? Bem, no começo sim, mas depois de perceber que todas as esposas fazem isso - algumas em tom bem mais compulsivo e esquizofrênico do que a minha - passei a levar a coisa como algo normal.

É preciso ficar atento aos primeiros sinais desta "mania", já que se você não tomar uma atitude para sanar o problema logo de cara, esqueça, rapidamente ele se tornará uma doença em estágio avançado e sem cura.

Para que este mal não avançe, sugiro algumas técnicas e "remédios", como por exemplo andar sempre com um guia de ruas, para provar que seu caminho é o menor, informar que opcionais como o desembaçador e o ar estão quebrados e que se ela tentar fechar seu vidro para evitar que o cabelo dela se desarrume com o vento, ela tomará um choque, pois um fio está em curto ali no botão.

Umas outras são até mesmo "perigosas", como por exemplo falar para a co-pilota se tornar a pilota. Só adote o expediente caso você não tenha apego ao carro e seu seguro cubra acidentes com terceiros ao volante.

Mas talvez o que mais me enerva nesta co-pilota é o fato dela querer comandar o rádio do carro. Este é um mistério que me intriga: por que elas gostam tanto de mudar de estação? Tenho certeza de que aquela velha regra que diz que o motorista é o responsável por resolver que música ou estação tocar, simplesmente é desconhecida por elas. Eu mesmo já desisti de proibir a Karen de fazer isso. Torço simplesmente para ela se entreter com a música para me deixar ir pelo caminho errado ou fazer uma conversão proibida quando eu bem entender.

janeiro 11, 2007

Teu cabelo não nega

Como já disse uma outra vez, o cabelo para a mulher está para ela como a cerveja gelada e o futebol estão para o homem: nada no mundo é mais importante do que ele. No caso delas, com certeza os filhos, talvez a carreira, mas o marido... definitivamente este perde feio para o cabelo.

Mas não precisa chorar, faça como eu, finja que sua esposa faz aquelas coisas todas nas madeixas para te deixar feliz. Daí a importância do quarto mandamento da convivência matrimonial (que você pode ler na íntegra, neste mesmo blog): "Sempre comentarás do cabelo".

Particularmente acho legal ver como a Karen cuida deles com isso ou aquilo, experimentando x ou y, mas às vezes até mesmo eu, marido totalmente acostumado, acabo me surpreendendo. Afinal de contas é difícil acreditar como que uma simples escova de cabelo, que custou "módicos R$ 18,00", pode ser uma pechincha.

A tal promoção e alguns outros xampús, cremes, tintas, relaxantes e um tantão de outras coisas, que não tenho a menor idéia para que servem, foram frutos de um rápido passeio pós-trabalho. Isso porque ela e uma amiga resolveram ir à uma loja que é uma espécia de Megastore do cabelo.

Imagine só uma FNAC ou uma Saraiva, com prateleiras e mais prateleiras cheias de produtos capilares e dezenas de mulheres ensandecidas por promoções e oportunidades. Esta é a descrição desta tal loja, cujo nome é Ikesaki. Coisa de japonês. Esta família nipônica não poderia ter feito como todo japonês e montar uma pastelaria ou uma tinturaria? Maridos de toda a cidade agradeceriam.

A Karen também comprou uma tal de máscara nutricolor. Segundo a caixa serve para colorir os cabelos. Produto este que já foi aprovado por mais de 20 milhões de pessoas nos Estados Unidos! Puxa, deve ser bom mesmo. Eles lá sabem escolher o que é bom ou não. O George W. Bush é um exemplo clássico!

O engraçado destas colorações é que eu nunca consigo enxergar a cor indicativa da caixa no cabelo. Ao menos para mim todas elas ou deixam ruivo, ou deixam loiro. endo muito bem o que pode significar uma cor chamada "vermelho acobreado loiro intenso pitanga". De uma vez por todas, esta cor é vermelha, amarela, pitanga ou o que?

janeiro 10, 2007

Passeio na casa da Vó

Resolvemos viajar neste fim de ano. É sempre bom aproveitar as oportunidades para curtir um pouco do ar puro e da beleza do interior. Nossos destino: Vinhedo. Com certeza o passeio seria demais, mas uma coisa peluda e de quatro patas me deixava um tanto quanto preocupado: a Frida, nossa cadela.

A Karen já havia decidido que ela ficaria durante os dias da viagem com a minha sogra, mas eu ainda não conseguia ficar totalmente tranquilo com a idéia.

É claro que não por causa da minha sogra, que tem experiência em cuidar de bichos de estimação alheios (até porquinhos da Índia já passaram por seus cuidados), mas por conta das cachorras pertecentes a ela. Ao todo são três. Lembram muito aquele grupo canino que fez sucesso no filme televisivo "Gang dos Dobermans", que com incrível habilidade roubavam bancos e pulavam de um prédio para o outro como se fossem o Homem-Aranha. Não fosse pelo tamanho das três (elas são da raça Pintcher!), até eu teria medo delas.

Meu medo maior era o fato da Frida ser um tanto quanto "tapada". Será que ela seria atacada por aquelas criaturas tão inteligentes? Isso não nego. As cachorras da minha sogra são extremamente espertas. Uma delas até sorri quando vê a Karen!

Se eu estava tenso, já a Karen demonstrava total confiança no sucesso da estadia. Até acho que ela tem que confiar mesmo, afinal, a mãe é dela. Não tenho dúvidas que o fato de não ter qualquer roupa íntima destruída em pelo menos seis ou sete dias já faziam a minha esposa pular de alegria com toda aquela situação.

A verdade é que a coisa foi melhor do que eu poderia imaginar. Vejo agora que aquele ditado que diz que o filho é um com os pais e outro longe deles aplicou-se perfeitamente no caso da Frida. Mesmo ela não sendo filha de sangue ou raça. Apesar de incrivelmente sofrer de um mesmo mau que eu: ter ataques de espirro pela manhã.


Para se ter uma idéia de como a vida da nossa cadelinha foi fácil, a Frida teve à sua disposição banhos diários, passeios pelas ruas do bairro, idas na casa de parentes e amigos, carinho, colo, cama quentinha... o que me faz pensar em realizar uma troca. Da próxima vez mando ela e a Karen irem viajar e eu fico hospedado na casa da minha sogra. Vou adorar comer manga em cubinhos toda manhã.

janeiro 06, 2007

Competição no casamento

A competitividade entre os seres humanos existe em todas as áreas de nossas vidas e no casamento não seria diferente. Tanto o homem quanto a mulher buscam a cada momento superar seu adversário, digo, cônjuge, num jogo que começa assim que eles acordam e termina na hora que um deles perde a competição para ver quem dorme primeiro.

E no meu casamento não seria diferente. Eu e a Karen costumamos disputar palmo a palmo o controle das coisas através das mais diferentes competições.

Mas se você quer ter um casamento feliz, fica o meu conselho: sob hipótese alguma ganhe a disputa com sua esposa. Elas realmente ficam bravas quando isso acontece. Prefiro perder a comemorar uma vitória, que logo se transformará numa briga sem precedentes.

O que me faz pensar: engraçado como tudo nesta vida pode deixar uma esposa brava. Fosse um carro eu poderia dizer que atingir este estado de humor é um opcional básico de fábrica, assim como motor e volante.

Mas voltando à questão que envolve a disputa homem x mulher, veja o exemplo clássico dos jogos de passatempo. Aqueles que utilizamos para supostamente nos divertirmos. Digo que é supostamente porque eles sempre se tornam motivos mais do que necessários para discussões. Conheci um casal que por causa de um jogo de Imagem & Ação revelou detalhes íntimos da vida só para provocar-se mutuamente.

No nosso caso, o jogo do momento é o Sudoku. A Karen adora. É quase uma viciada. O caderninho do jogo a acompanha a todo canto. Basta um tempinho vago para vê-la tentando encaixar os números naqueles quadradinhos.

Outro dia ela tentou me propor uma disputa. Quem fazia um Sudoku mais rápido. É claro que eu deixei ela ganhar, e fingi que sequer sabia jogar...droga! Acabo de dizer que sei jogar. Ela bem que falou que eu iria acabar revelando isso. Saco, ela ganhou de novo... da próxima vez só vou topar jogo que eu tenha certeza que vou ganhar, como quem ronca mais alto à noite.