maio 01, 2007

O Enzo domina

Hoje quero escrever sobre o homem que divide as atenções da Karen comigo. Não tenho dúvida de que entre eu e ele, ela não teria dúvidas em escolhê-lo. Não adianta o ciúme, não adianta o bico, brigar por atenção com o Enzo é perder totalmente o tempo.

Este pequeno ser, de pouco mais de um metro e pouco menos de vinte quilos é mais conhecido como meu filho. Para piorar, único. Destes bem mimados, que ganham sete presentes de natal, pulam na cabeça dos pais, fazem pirraça quando não são atendidos mas que tornam-se lindos e sensacionais com apenas um sorriso.

Antes que qualquer um de vocês questionem, deixo claro: não! Nós tinhamos a menor idéia de que o filho da Claudia Raia se chamava Enzo. Foi tudo uma "feliz" coincidência!

Voltando ao tema central, admito que mesmo tentando ser um pai um pouquinho mais severo, destes que preza pela educação um tantinho mais rígida (bem aplicada, a rigidez passa um ótimo senso de responsabilidade e moral), acabo não conseguindo impor minha moral e quase sempre recorro à Karen. O engraçado é que minha esposa fala a mesma coisa, e acha que é ela que não tem moral. Talvez o Enzo seja tão inteligente que deixe os dois sem qualquer moral para nada.

Não acredite naqueles que dizem os filhos "esfriam" e "distanciam" os casais. Sou a prova cabal de que o que acontece é exatamente o contrário. O objetivo nos uniu e nada se tornou mais bacana do que acordar de madrugada só para acompanhar a hora da amamentação. Bom, isso não é bem verdade, mas o apoio moral funcionou para ao menos ganhar uns pontinhos.

Me lembro como se fosse ontem a nossa primeira noite com o Enzo, na maternidade. Ele chegou no quarto todo pimpão, calminho. Nem deu bola para o som da TV e o certo barulhinho dos quartos ao lado, que ainda comemoravam suas crianças. Achei que ser pai iria ser realmente uma moleza.

Este foi meu primeiro erro como pai. Foi só a enfermeira sair que esta criança começou a chorar, espernear, gritar, ficar vermelho. Eu e a Karen bem que tentamos manter a calma, mas pouco mais de dez minutos de choro foram capazes de nos fazer sentir que éramos os piores pais do mundo.

Eu sai à caça de uma enfermeira, desesperado, precisando de qualquer ajuda, enquanto a Karen estava lá, no quarto, sem saber o que fazer e ainda sentindo as dores da anestesia e dos pontos do parto.

A verdade é que elas deveriam querer mesmo que passassemos por isso, pois o ponteiro girou uma hora e ninguém nos acudiu. Quando o choro parecia que iria nos ensurdecer, tivemos a brilhante idéia: "Será que ele está com fome?"

Mas que gênios nós somos! Nada como um peito cheio de leite para encerrar a primeira crise de pais de primeira viagem.

Enzo em momento Tartaruga Ninja