fevereiro 27, 2007

Apoio é bom e eu gosto

Todos terão de concordar. O ser humano - e também eu - só passa a dar valor a alguém quando este lhe apóia num momento difícil da vida. E olha que não estou falando de falsas situações, como quando meu time de coração perde o clássico para o arqui-rival ou quando fico triste, porque eu queria comer pipoca doce e o cinema só vende salgada.

Falo de problemas federais. Como o que enfrentei até hoje (ou será ontem?), dia 27 de fevereiro, às 19h14. Até a hora em questão eu me encontrava desempregado e praticamente em desespero. Estava prestes a cometer qualquer desvareio, como ir bancar o malabarista no farol ou vender "coxinha fresquinha" de porta em porta.

A Karen pouco se importou com meu estado de exasperação. Permaneceu ali, firme ao meu lado, apoiando-me feito uma escora num muro que parecia querer desmoronar a qualquer momento.

É nestas horas que vejo como nós homens somos uns "maricas". Minha esposa é um exemplo clássico de como elas estão muito mais preparadas para as dificuldades da vida. Não bastasse toda a guerra de hormônios que elas enfrentam diariamente, a desvalorização pessoal na nossa sociedade machista, o menor ciclo reprodutor entre qualquer raça animal (fosse eu mulher, gostaria de ter ciclos como qualquer outro bicho, ou seja, com intervalos mínimos de seis meses), a dor do parto, da cólica, da amamentação... nossa! Ficaria relacionando dificuldades na vida de uma mulher por pelo menos umas duas ou três semanas.

Como ia dizendo, não bastasse todas as dificuldades naturais da raça, elas ainda têm que nos aturar. Homens e seus "problemas". Quanto mais eu penso, mais fico em dúvida sobre o que leva a Karen a manter a calma em situações tão complicadas da vida, como o meu já passado desemprego.

As mulheres são tão intrigantes, que ainda se fazem de "frágeis" só para alimentar o ego masculino. Deixar aparecer aquele nosso senso de proteção natural. Como se o homem em algum momento da história realmente tivesse isso, afinal, não foram poucos os homens que lançaram mão do expediente "antes eles do que eu".

Dias desses a Karen mesmo apareceu com uma intrigante dor no joelho. Num determinado momento ela não conseguia nem andar de tanta dor. Nada mais restou senão pedir meu auxílio terapeutico. Remédinho na boca, massagem, aplicação de gelo. Como se eu fosse especialista em joelhos. Como se ela, que aguentaria a dor do parto não aguentaria a dor na tal articulação.

Muito bom saber que as mulheres fazem de tudo para nós homens nos sentirmos importantes. Muito bom saber que ela me apóia. Prometo na próxima vez ser mais engraçado e sarcástico. Hoje eu vou simplesmente agradecer.