Irritar é irritante
Tem dias que você acorda é com vontade de brigar, causar tumulto mesmo. Deixa a toalha molhada em cima da cama, demora para desligar o despertador, não coloca água na cafeteira ou simplesmente "esquece" de fechar a torneira do banheiro. Tudo para que se possa dar motivo a uma ótima discusão, afinal, nada melhor do que isso para extravasar adrenalina.
No caso específico do meu casamento, enquanto a Karen realmente deixa a toalha em cima da cama, eu, quando quero acender a "chama" da discórdia, uso uma frase que faz a minha esposa pular de raiva: "O que nós vamos comer hoje?".
Para você que não entendeu, eu explico. Toda vez que uso a frase, acabamos por chegar num impasse, já que invariavelmente descobrimos que nunca queremos comer a mesma coisa. Não que eu faça de propósito, mas prefiro perguntar para ver se não dou sorte dela querer saborear a mesma coisa que eu.
Você deve estar querendo saber o porquê d´eu simplesmente não perguntar se ela quer encarar isso ou aquilo, não é mesmo? Pois é, eu também não sei. Ela mesmo já me disse isso. Acho que tem um pontinho de dependência, daquela coisa de ter preguiça para pensar. Além do mais, simplesmente "o que vamos comer?" soa mais despretensioso, além de gerar a tal briguinha da qual falei antes.
A briguinha por conta do que se vai comer também acontece quando decidimos sair para ir a algum restaurante. Não foram poucas as vezes que passamos uns bons pares de minutos rodando meio que sem rumo. Tudo porque eu, ou a Karen, não escolhíamos onde ir.
É por este motivo que agora nunca saio da garagem antes de definir o lugar para onde vamos. Realmente resolvemos o problema. Agora nós perdemos uns bons pares de minutos parados, dentro da garagem. Ao menos não gasto gasolina.